segunda-feira, 22 de novembro de 2010

21/11 - Basta de violência.

Nosso espaço tem sido ocupado por vários textos sobre amizade, afeto, carinho, pertencer e ser feliz; porque além dos nossos passeios de bike, é nesse grupo que construímos, que encontramos pessoas como nós e que valorizamos e respeitamos as diferenças.

Ontem nosso habitual passeio de domingo teve um caráter diferente: nos juntamos a muitas pessoas ainda chocadas e indignadas com o último caso notório de homofobia que aconteceu em nossa cidade, para protestar, pedir justiça e um posicionamento dos órgãos públicos.

De bicicleta fomos com a multidão até a estação Brigadeiro do metrô, onde no domingo retrasado, teve início a série de agressões.

Passeio da Diversidade - Dia Mundial de Combate à AIDS.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ser afetuoso.

Jean Piaget, um dos maiores estudiosos do desenvolvimento cognitivo humano, mostrou, em sua teoria, que o crescimento intelectual se dá pela adaptação ao meio no qual vive o indivíduo. As crianças, obviamente, têm mais dificuldades que os adultos para conseguir muitas dessas adaptações por ainda não conhecerem adequadamente o mundo, e, assim, quase tudo é novidade em sua vida. Por esse motivo, é necessário que seus educadores sejam altamente afetuosos, porque a afetividade é o que, principalmente, dá ao ser humano a  capacidade de reagir aos sentimentos e às emoções.

Muitos não sabem o significado da palavra "afetividade". Afetuoso, ou afetivo, significa ser carinhoso, ser ‘bonzinho’ com as crianças. Todos os que são afetuosos são, logicamente, também carinhosos, porém nem todos os que demonstram carinho agem com afetividade. Ser afetivo exige envolvimento físico meigo, sim, mas exige também agir com firmeza: Um "não" tem de ser "não" mesmo, não se pode transformar em "sim"! Regras têm de existir e têm de ser respeitadas por todos. Sejamos carinhosos, mas sejamos também implacáveis na cobrança do bom comportamento.

Para Piaget, a afetividade é a mola propulsora das ações; é o que atribui valor às atividades. Quem tem vida afetiva rica sabe agir adequadamente no dia a dia e sabe tomar decisões e fazer escolhas. Quem, porém, não tem (ou não teve) educador afetuoso (educador, agora, no sentido de "aquele que cuida, que toma conta"), apesar de muitos conseguirem sucesso profissional, financeiro e social, não tem estabilidade emocional suficiente para tomar decisões de bom senso sem medo de errar. Há hesitação constante nos momentos em que ocorre a necessidade de efetivar as escolhas dos caminhos a seguir. Acerta-se, não raro, por sorte, não por saber que é a decisão adequada.


Certamente todos conhecem alguém que teve uma vida pobre em afetividade; é aquele que, quando é preciso dar sua opinião, diz a frase "o que a maioria decidir para mim está bom". A esses deveria dar-se a resposta: "A maioria decide que você não serve para este grupo, que precisa de pessoas que saibam externar o que pensa". Ou aquele que se posiciona de tal maneira que passa a ser um dos últimos a falar e diz "o que todos falaram já é o suficiente. Não há mais o que acrescentar", sem saber que sempre há um ponto de vista a ser desenvolvido. Um assunto nunca se esgota em se tratando de opiniões. Mesmo que estas sejam semelhantes, há detalhes que podem enriquecer sobremaneira um debate.

Afetividade em abundância confere segurança ao educando, que passa a ser um indivíduo perseverante em suas ações, pois estas sempre são realizadas, pelo ser humano afetivo, depois de atenta análise.

Transforma-se num ser humano que quer que seus anseios se realizem, mas que sabe que vive em comunidade e respeita também os anseios dos demais, portanto não se sente superior aos outros em situação alguma. Passa a ser uma pessoa compassiva, ou seja, uma pessoa que se coloca no lugar dos outros seres e, por isso, trata-os com humanidade, exatamente como quer que a tratem. O foco do ser humano afetuoso é o bem, o seu próprio e o da comunidade. O adulto afetuoso, então, é aquele que, sabendo que as crianças têm dificuldades para se adaptar ao meio físico e que é isso que leva ao desenvolvimento mental, age demonstrando o amor que tem por elas, mas estabelece limites às ações destas para que aprendam a viver em sociedade e não cresçam egoístas e ensimesmadas, exatamente porque as ama.

Ser afetivo significa afetar positivamente o comportamento das demais pessoas em todos os relacionamentos, sejam aprofundados ou perfunctórios, superficiais. Se em todos os encontros que efetivamos com as demais pessoas agirmos com esse pensamento em mente – afetar positivamente o comportamento das pessoas – seremos pessoas melhores e teremos relacionamentos melhores, tornando-nos num exemplo digno de ser copiado pelos mais jovens.

Com afeto, espero por você em nosso próximo passeio.

(...)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SPGB - Respeitamos e Valorizamos as Diferenças.

Podemos aprender muito com uma caixa de  lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e precisam viver na mesma caixa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

1º PASSEIO DA DIVERSIDADE NO DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS.


São Paulo, 01 de novembro de 2010.
Às
Empresas, Parceiros, Imprensa e Sociedade,

Prezados,
A convite do Coordenador de Assuntos da Diversidade Sexual – CADS, que faz parte da Secretaria Municipal de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, e  desenvolve ações sociais de inclusão e proteção à cidadania dos LGBT de São Paulo,  o grupo SP GAY BIKERS (http://sp-gay-bikers.blogspot.com/),  primeiro grupo organizado de ciclistas gays de São Paulo  se organizou para realizar o 1º PASSEIO DA DIVERSIDADE NO DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS, que acontecerá dia 05 de dezembro de 2010, no Elevado Costa e Silva (Minhocão), na cidade de São Paulo.
O passeio tem saída programada para às 15h. Sendo realizados dois percursos: um para ciclistas/cadeirantes/pedestres e outro, mais abrangente, para os ciclistas.

Esse, que pretende ser um grande acontecimento e entrar para o calendário de eventos esportivos da cidade de SP, tem o apoio da Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria de Participação e Parceria, a Secretaria de Esportes e Secretaria da Saúde. Além de bicicletas, haverá a participação de cadeirantes e pedestres, no passeio, como apoio à iniciativa.

Segundo os integrantes do grupo SP GAY BIKERS, acreditamos que estreitar o relacionamento dos diversos segmentos da sociedade em relação a um tema tão importante e que atinge a todos nós cidadãos, é um significativo passo para que possamos alcançar a conscientização da importância ao combate e prevenção de DST/ AIDS.

Hoje, em São Paulo, 25,7% da população é portadora do vírus HIV. Por ano, segundo o Ministério da Saúde, são notificados até 35 mil novos casos no país e a estimativa é que haja, até o final do ano, em 5 anos, 630 mil pessoas vivendo com HIV/AIDS.

O desafio dos organizadores é fazer com que as pessoas que vivem e convivem com o HIV/AIDS, estejam livres de preconceito e discriminação, e, a médio prazo, diminuir a incidência de soroconversão.

Ficamos à sua disposição para mais informações.

Contamos com sua participação e colaboração neste evento.

Atenciosamente.

Cesar Salvador
SP GAY BIKERS
 (55) 11 8065-8548







01/11 - Rir, Amar e Pedalar.


Por Sérgio Bruno

Dentro da barriga da minha mãe eu já pedalava. Nasci de uma mãe que usava a bicicleta diariamente para o trabalho e o lazer.Debaixo de sol, chuva e até de neve. Quando me vi por gente, estava subindo em caixas de feira para montar na minha magrela e sair pedalando por esta cidade. A sensação de me equilibrar sobre duas rodas, deixar a mente solta, abrir os braços e sentir o vento no rosto é maravilhosa. É como voar pelas ruas de São Paulo. Sensação igual a esta só senti, anos depois, com o sexo. Descobri o sexo pós era Woodstock e pré AIDS. Elis Regina cantava que toda forma de amor vale a pena. Tudo era muito bom. Mas com o tempo algumas coisas mudaram.

O ciclista se viu dividindo as pequenas calçadas com os pedestres e sendo expulso das ruas pelos ônibus e automóveis. Sem um espaço para ele. As autoridades, preocupadas em autuar os automóveis, ignoram a existência de ciclistas e pedestres. Os políticos, por sua vez, criam ciclovias que nos levam de lugar nenhum para nenhum lugar. E às vezes, para chegar até elas, temos que subir enormes escadarias. As empresas privadas, alguns com projetos interessantes, tomam atitudes quase sempre temporárias. E os grupos que se formam, são tão distintos e espalhados pela cidade, que não criam uma unidade. O interessante é que na questão homossexual as queixas parecem ser as mesmas. Vemos atitudes homofóbicas, políticos que não são capazes de levar um projeto a frente, empresas privadas com campanhas específicas para vender seus produtos e diversas tribos, mas sem uma união. A Parada Gay parece ter se tornado apenas uma grande festa.

Mas em um domingo cedo, pedalar com o grupo SP Gay Bikers muda completamente o roteiro desta história. Conhecer cada um destes integrantes. Suas histórias e seus segredos, ouvir as aventuras do Grupo e escrever novas, juntos, isso é muito bom. Césares, Kikos, Ales, Sivucas, Nandos e muitos mais. Uma multiplicidade de corpos e almas que encantam, cativam, fazem rir e tornam a vida muito mais leve e feliz. E é só isso que eu quero: Rir, amar e pedalar. Obrigado por conhecer vocês!

Namaste

Sérgio Bruno